O shaper carioca Guilherme Vilas Boas, criador da 1974 Surfboards, se inspira no cenário da década de 70 para trazer de volta as fish, biquilhas, monoquilhas e longboards clássicos do período, além de adaptar-los para deixar mais atuais e versáteis para as ondas brasileiras.
Entusiasta dos mais variados tipos de pranchas de surfe, ele aproveita para contar um pouco sobre os modelos de prancha que cria, e suas respectivas características. Além da sua linha retrô, ele também desenvolve pranchas de surfe performance, que por enquanto consistem em 7 modelos, que variam desde pranchas de alta performance até modelos de fish e stubby. “Os modelos de prancha de surf da linha performance series foram desenvolvidos para manter sempre um alto nível de performance nas ondas, nós possuímos modelos para mares com mais força e buraco, até as ondas mais cheias e fracas, mas sempre prezando a alta manobrabilidade e agilidade”.
Mas um de seus modelos pessoais favoritos são as pranchas fish retrô, que possuem a opção de serem biquilhas ou quadriquilhas. Estas pranchas surgiram na década de 70, inicialmente projetas para serem surfadas de joelho por seu criador Steve Lis, mas que acabaram sendo usadas como pranchas normais, e se demonstrando extremamente versáteis durante as décadas subsequentes.
“Essas pranchas proporcionam um surf bastante veloz e excelente para mares com menos força, suas rabetas mais largas geram bastante espaço entre as quilhas, o que ajuda a gerar velocidade, porém o swallow bem profundo facilita gerar curvas mais acentuadas, pois a água acaba passando por ali. Um dos desafios desta prancha foi gerar um rocker que não fosse nem acentuado demais, o que tiraria muita velocidade e drive da prancha, e nem reto demais, fazendo com que a prancha não funcionasse bem em ondas um pouco mais cavadas, como as do Brasil”. Caso opte pela Fish retrô biquilha, ela virá com quilhas de madeira em compensado naval feitas à mão pelo próprio shaper.
Mas para quem quiser experimentar um meio termo entre uma fish moderna e um retrô, ele recomenda o modelo Phantom, e para quem curte prancha biquilha estilo Mark Richards e Ben Aipa, o modelo ’80s Twin.
"Um dos desafios desta prancha foi gerar um rocker que não fosse acentuado demais, o que tiraria muita velocidade e drive da prancha, e nem plano demais, fazendo com que a prancha não funcionasse bem em ondas um pouco mais cavadas."
Volte no tempo com as monoquilhas.
Para quem curte um surfe mais clássico, ele recomenda as pranchas de surfe monoquilha. “As monoquilhas proporcionam um surfe mais de linha e relaxado, são elas que ditam o ritmo na onda, esqueça querer ficar adiantando e se apressando para dar manobras, esta prancha é para deixar ela descer a onda e realizar manobras de arcos mais abertos e clássicos.”
Como nao poderia faltar, as pranchas de surf longboard. Elas vêm em 3 modelos, a California que é um longboard mais tradicional com um outline mais distribuido e fluído, a Noserider, com mais volume e área perto do bico para facilitar o hang five e hang ten bem clássicos, e por fim a Glider, um longboard com um outline puxado mais para trás, com uma área de rabeta mais preenchida que ajuda a obter mais projeção para frente da onda e manobrabilidade.